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Esqueça o Design Thinking: apresento o Adventurous Thinking



“Pensamento aventureiro”. O que vem à mente quando você pensa nisso? De uma certa maneira, tem a ver com adrenalina, afinal, se pensarmos em aventuras logo imaginamos muita ação e os hormônios lá em cima. E uma pessoa aventureira, o que seria para você? Dentre as muitas definições que você pode ter, uma que poderia explicar muito bem seria “uma pessoa que não se limita à zona de conforto”.


Pois bem, é esse o raciocínio que segue o Adventurous Thinking, que surge para desbancar o Design Thinking. Basicamente, justamente por buscar sair da zona do conforto, essa nova forma de pensar e agir tem a ver com ampliar o pensamento criativo.


Entendendo o Adventurous Thinking


Além de ampliar o pensamento criativo, o Adventurous Thinking promove inovações consistentes. A criadora dessa abordagem chama-se Sally Domínguez, arquiteta e designer australiana. De acordo com ela, o objetivo do Adventurous Thinking é o de ajudar empresas a criarem sistemas, produtos e estratégias mais robustos e sustentáveis.

O método combina as pesquisas mais recentes sobre caminhos neurais com o pensamento de design moderno, ampliando a curiosidade dos participantes e, por consequência, suas capacidades de inovar. O Adventurous Thinking desenvolve uma mentalidade ágil, deliberadamente provocando os participantes a terem um estado de pensamento que os tirem da zona de conforto para que possam pensar em novas alternativas para resolução de problemas.


Para aplicar o método, Sally fala em “quebrar a linearidade do pensamento”. Para isso, o Adventurous Thinking baseia-se em Cinco Lentes. Nas palavras de Sally, as lentes “pluralizam um produto, sistema ou ambiente, para revelar seus múltiplos sentidos, e atuam como ferramentas para levar indivíduos e equipes para fora de seus caminhos neurais habituais, em direção a ideias e soluções mais diversas”.



As cinco lentes do Adventurous Thinking


Conforme explicado na página www.adventurousthinking.com, “as Cinco Lentes correspondem a cinco perspectivas diversas, igualmente importantes, focadas na resolução de problemas e geração de ideias para uma perspectiva multifacetada (...) Cada lente provoca um ponto de vista distinto e extremo em uma estrutura simples e compreensível”. As Lentes são:


1 - Espaço negativo: trata do que NÃO é o foco. Em outras palavras, antes de pensar no que pode ser, deve-se pensar no que NÃO é. Encontrar o espaço negativo requer definir o contexto e os limites, uma vez que ele elimina aquilo que não faz sentido ou não é promissor.


Uma vez que essa área bem definida é otimizada para o seu Espaço Negativo, os limites ou contexto podem se expandir. Reconhecer e otimizar as oportunidades do Espaço Negativo pode melhorar os processos internos, bem como produtos finais e campanhas.


2 - Pensamento lateral: é uma extensão do Pensamento Empático e cria consciência de como nossas preferências pessoais ditam a maneira como interagimos com os outros - colegas de trabalho e clientes. O Pensamento Lateral é valioso para entender como suas tendências pessoais podem comprometer suas tomadas de decisão e interações.


O Pensamento Lateral tem dois aspectos:


  • a. Compreender o seu ponto de vista e as suas preferências para receber e compartilhar informações;


  • b. Trabalhar deliberadamente fora dessas preferências para descobrir mais opções e soluções que, de outra forma, não chegariam até você. Sabe aquela história de tirar o cabresto? É exatamente isso que propõe a lente do Pensamento Lateral, pois significa olhar para os lados e somar as ideias dos outros às suas. É particularmente eficaz para a formação de equipes e para reconsiderar a presença em mercados.


3 – Pensamento retroativo: seria desconstruir uma ideia. Esta lente utiliza as informações de Análise do Ciclo de Vida para considerar onde um projeto ou produto termina e como os elementos e funções que compõem um produto, sistema ou campanha podem ser aprimorados para um resultado mais preciso, econômico e robusto.


De acordo com Sally ,aqui deve-se trabalhar com cada elemento de uma ideia, um produto ou sistema de forma individual:

  • Seu impacto real

  • Seu impacto emocional

  • Seu impacto da percepção pública

  • Seu impacto econômico.


4 – Repensar: parecido com a ideia do pensamento retroativo, com a diferença de que a lente do “repensamento” repensa os valores e aspectos da ideia como um todo (e não separando-os em partes como no pensamento retroativo.

Repensar é uma lente muito importante para reconsiderar um produto, negócio ou estratégia. Envolve redescobrir e explorar seus valores fundamentais. Sally propõe pensar nas seguintes perguntas:

  • Quais são as propriedades do seu produto?

  • O que ele faz bem?

  • O que não pode fazer bem?

  • O que pode melhorar?


Ao ampliar o conceito, retirando itens não essenciais, você pode reconsiderar seu projeto ou produto.


5 – Parkour: seria um salto de inovação. Você pode ter ouvido falar do parkour como um exercício militar que envolve um caminho em uma pista de obstáculos. Como parte do Adventurous Thinking, o Parkour é sobre nos concentrarmos no pensamento eficiente.

Esta quinta lente Sally descreve como “a estratégia de pensamento mais positiva em termos de risco”.


Qualquer novo projeto é um risco. A ideia do Parkour é escolher a ideia que traz mais riscos positivos. Em outras palavras, aquela que fará você progredir da maneira mais econômica possível e que o levará mais longe.


A sugestão de Sally é listar todas as ações possíveis para seu negócio ou projetos, isto é, as boas e as ruins. Comece com os 5 primeiros pressupostos e imagine o oposto de cada ação. Essa prática pode levar à disrupção do negócio, pois ajudará você a enxergar possibilidades que não havia considerado.


Para fechar...


A ênfase do Adventurous Thinking está na inovação consistente. Sua abordagem reúne as poderosas mentalidades do criador, do designer e do disruptor, lideradas pela empatia e curiosidade.


Como disse Einstein: "Não podemos resolver nossos problemas com o mesmo pensamento que usamos quando os criamos". O Adventurous Thinking vem justamente propor uma nova maneira de analisar antigos problemas: provocando a mente a utilizar outros caminhos de pensamento.


Quer saber mais a respeito? Entre em contato!


Espero que este artigo tenha sido útil a você.


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Até nosso próximo artigo !


Marco Antonio da Silva

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